Educação Financeira

#112 – A alta da Selic e atratividade nos investimentos de renda fixa

5 de julho de 2021

Por Rodrigo Martimiano da Rocha, profissional com Certificação CFP®.

Em agosto de 2020, a taxa Selic chegou ao patamar histórico de 2% ao ano, atingindo o percentual de 0,16 ao mês. Isso significava que quem possuía R$ 100.000,00 em uma aplicação de renda fixa que pagava 100% do CDI, recebeu um rendimento mensal de R$ 160,00.

Isso fez com que as manchetes dos principais noticiários do mercado financeiro cravassem o fim da renda fixa no Brasil, ignorando o fato de que renda fixa é muito mais do que a Selic e o CDI. Porém, em menos de um ano, a taxa Selic já está em 4,25% ao ano, o que representa para o mesmo exemplo acima uma renda de mais de R$ 350,00 por mês, mais do que o dobro – e ainda com tendências de alta.

O aumento da taxa Selic, como visto em artigos anteriores, é um remédio utilizado pelo banco central para controlar a inflação quando ela está saindo da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No caso, a meta da inflação para 2021 é de 3,75% e, analisando o relatório FOCUS (do Banco Central, emitido toda segunda-feira), a expectativa é que em dezembro de 2021 esteja em a 5,90% a.a.

Em 2021, teremos mais 4 reuniões do COPOM para definição da taxa Selic, sendo elas nos meses de agosto, setembro, outubro e dezembro. Ainda usando com fonte o relatório de mercado FOCUS, vemos que a expectativa de mercado é de que a taxa Selic chegue a dezembro de 2021 no patamar de 6,50% ao ano.

O aumento da Selic ajuda no controle da inflação, mas como reação adversa (para manter a analogia ao remédio da inflação), o aumento leva a uma tendência de desaceleração da economia. Mas, como a expectativa do PIB está acima das projeções no início do ano, essa provável desaceleração não será problema para o COPOM.

Para os próximos 3 anos, o mesmo relatório demonstra uma tendência de manutenção da taxa Selic no patamar de 6,50% ao ano, 0,54% ao mês, o que leva uma aplicação de R$ 100.000,00 para um rendimento de R$ 540,00 ao mês aproximadamente.

Mas precisamos sempre levar em consideração que todos estes dados econômicos são dinâmicos, e qualquer acontecimento – tanto no cenário interno ou externo – pode alterar estas projeções, tanto para baixo quanto para cima. Ainda estamos vivendo uma pandemia de saúde e, no ano de 2022, passaremos por eleições estaduais e federais, e tudo isso ainda gera muitas incertezas nas análises econômicas.

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