18 de outubro de 2021
Por Rodrigo Martimiano da Rocha, profissional com Certificação CFP®, e Johnny Rodrigues de Melo, especialista em prevenção a fraudes.
Nos últimos anos, observamos um grande crescimento nas interações digitais: redes sociais fazem cada vez mais parte do dia a dia, as pessoas intensificaram pagamentos de contas por meios eletrônicos, a utilização de dinheiro físico diminuiu drasticamente, entre outros. Este processo foi acelerado ainda mais com a pandemia do coronavírus.
Atento a essas mudanças, o Banco Central criou o PIX e, mais recentemente o OPEN BANKING, além de ter autorizado a criação de inúmeros bancos digitais. Diante deste novo cenário, quadrilhas, fraudadores, hackers e golpistas também se modernizaram, atualizando crimes financeiros antigos, criando modalidades e intensificando os ataques. Saber como os crimes funcionam e seguir algumas dicas é fundamental para não cair nessas armadilhas.
Há diversas modalidades de crimes digitais, como falsos investimentos com promessa de alto retorno financeiro, oferta de produtos por preços muito abaixo das médias de mercado, roubo de dados pessoais e financeiros para a utilização irregular em compras, abertura de contas correntes, de empresas, invasão de conta, roubo de WhatsApp, etc.
Entre os golpes relacionados a investimentos, um dos mais utilizados é o famoso esquema de PONZI (pirâmides financeiras), em que o golpista oferece rendimentos “garantidos” muito acima da taxa SELIC, normalmente alegando que irá comercializar algum produto real com margens muito altas para justificar o golpe; mas, o que ocorre é a utilização do dinheiro dos entrantes para remunerar os que já estão no esquema, e esse ciclo se repete até desmoronar, gerando prejuízo aos envolvidos. Para evitar esse tipo de golpe, sempre desconfie de propostas que ofereçam altos ganhos com baixo risco, só invista naquilo que você realmente conhece e confia, e sempre procure informações com fontes diversas e de sua inteira confiança.
Outra modalidade de golpe está relacionada à comercialização de produtos e serviços diversos na Internet com preço muito abaixo do valor de mercado, em que o consumidor se vê tentado a aproveitar uma “oferta”, efetuando o pagamento por algo que, na verdade, nunca será entregue. Uma forma de evitar este golpe é sempre efetuar compras através de sites conhecidos e idôneos e, mesmo assim, sempre efetuar o acesso ao site da empresa digitando o endereço completo no navegador da internet, sem acessar através de links, que por vezes podem levar a um site falso que simula o da empresa real.
Já o roubo de dados pessoais e financeiros para utilização indevida pode ocorrer de duas formas: a física e a virtual. A captura física acontece quando os criminosos conseguem anotar, fotografar ou filmar os dados do cartão de crédito, de acesso à conta corrente ou de documentos pessoais, por exemplo. Para evitar esse tipo de crime, nunca deixe outras pessoas observarem enquanto você digita seus dados, nunca deixe o atendente do estabelecimento segurar seu cartão de crédito, evite deixar dados como senha e/ou número de conta anotados junto a você e nunca entregue seu cartão de crédito para terceiros, mesmo que este se identifique como prestador de serviços da instituição financeira. Quanto à captura virtual dos dados, a maneira mais comum é através de engenharia social, como falsas promoções, falsos sorteios, páginas falsas de Internet para que digite seus dados, acreditando estar em um ambiente seguro quando, na verdade, está em um ambiente preparado exclusivamente para este golpe. Para se proteger, nunca preencha e envie nenhum dado pessoal, financeiro e/ou de segurança, como login, senha, chave token ou número de conta, de cartão, a não ser que você tenha certeza de estar acessando um ambiente seguro (site, internet banking e app legítimos, etc.). Também nunca acesse nenhum link que prometa direcionar você para o site de sua instituição financeira e, mesmo assim, sempre desconfie e finalize o acesso quando algum procedimento estiver diferente do habitual, e imediatamente entre em contato com a pessoa de sua confiança na instituição para tirar a dúvida.
Há também golpes por telefone, onde o golpista se passa por alguém da instituição financeira para conseguir seus dados pessoais, os dados da sua conta, de seu cartão, etc. Em outros casos, o objetivo pode ser roubar o WhatsApp para aplicar o golpe em seus contatos. Portanto, desconfie de ligações telefônicas pedindo dados pessoais, financeiros ou pedindo para confirmar códigos enviados via SMS.
Outra forma de roubo de dados digitais é por vírus instalados no computador, tablet ou celular. Portanto, sempre utilize um dispositivo de sua inteira confiança, mantenha o antivírus atualizado e efetue varreduras regulares.
As instituições financeiras possuem inúmeros dispositivos de segurança em seus sistemas. Percebe-se que muitas vezes os golpistas direcionam os golpes ao usuário final. Então, sempre tome muito cuidado com seus dados, desconfie de tudo que sai da normalidade e procure sempre informações com pessoas de sua confiança.
Se quiser saber mais sobre o assunto, escreva para: contato@uniprimebr.com.br