Educação Financeira

#147 – É hora de comprar dólar?

7 de março de 2022

Por Juliana Refundini, profissional com Certificação CFP®.

Em 2022, o dólar deu os primeiros sinais de queda após um longo período, retornando à casa dos R$ 5, a menor cotação desde junho de 2021.

Com a retomada do turismo e o afrouxamento das restrições a viagens, muitas pessoas começam a se perguntar se é a melhor hora para voltar a comprar moeda estrangeira, seja para investir ou para resgatar seus planos de viagem, paralisados em função da pandemia.

A verdade é que esta resposta dependerá do seu perfil e dos riscos que está disposto a correr.

Além da pandemia que vem mudando nossa rotina há muito tempo, este artigo está sendo publicado em momento de tensão gerado pela guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia, em um ano eleitoral aqui no Brasil. Tudo isso resulta em um cenário global de incertezas que contribuem para a imprevisibilidade das moedas estrangeiras.

E quais os principais pontos que favorecem as oscilações do dólar?

O primeiro ponto está justamente relacionado à globalização e ao dinamismo do mundo, onde notícias cruzam o planeta em questão de minutos e podem causar impactos imediatos. Portanto, estar informado é crucial para tomar melhores decisões financeiras.

O segundo ponto refere-se à oferta e demanda. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o Dólar, e sua variação ocorre em função da oferta e procura, já que na própria Bolsa de Valores, existem investidores comprando e vendendo dólar o tempo todo.

Se o Brasil exportar mais que importar, mais Dólares entrarão no país, aumentando sua circulação e fazendo seu preço cair. Porém, com a inversão da balança, se o Brasil importar mais que exportar, maior será a necessidade de moeda para pagar a importação, diminuindo sua circulação e elevando seu preço.

Isto também acontece com o turismo. Quando aquecido, atrai turistas do exterior, que circulam mais moeda no país e derrubam sua cotação. No caminho inverso, se o brasileiro viaja mais, compra mais Dólar, aumentando sua demanda e ocasionando uma elevação dos preços.

Além destes fatores, a taxa básica de juros também contribui para a variação da moeda, visto que sua flutuação influencia na maior ou menor predisposição de investidores estrangeiros fazerem negócios no Brasil, algo determinante para acelerar ou refrear a economia.

Mas afinal, qual o melhor momento para comprar ou investir em moeda estrangeira?

Como pudemos ver, precisamos estar atentos a diversos fatores externos, para poder decidir quando e quanto comprar.

Neste cenário, investidores mais arrojados – ou que precisam dispor da moeda em curto prazo – podem interpretar uma baixa expressiva como melhor momento para compra do valor total pretendido.

Já no caso de investidores mais conservadores, a compra parcelada, seja ela semanal, quinzenal, ou a intervalos irregulares, pode ser a mais indicada, para garantir um preço médio de compra. Assim, as flutuações no período não terão tanto impacto no valor final.

Lembre-se: diversificar sua carteira de investimentos te ajuda nestes momentos. Mesmo que alguns investimentos caiam, outros que tem uma relação inversamente proporcional podem subir. Assim é o caso do Dólar. “Investir em moeda estrangeira” não quer necessariamente dizer comprar dólares (moeda física), pois o mercado oferece opções como fundos de investimentos lastreados em dólar que farão o mesmo papel que o dinheiro em espécie.

Para encerrar, em ambos os casos, a dica mais valiosa que temos é: acompanhe as notícias e o que acontece no Brasil e no mundo, e saiba interpretar seus impactos em nossa economia. Fique sempre atendo à sua carteira de investimentos para que seus recursos não sejam prejudicados pela oscilação dos mercados.

Em caso de dúvidas, fale conosco através do e-mail: contato@sisprimedobrasil.com.br

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