Educação Financeira

#72 – A inflação e arroz nosso de cada dia

14 de setembro de 2020

Por Juliana Olivieri Refundini, profissional com Certificação CFP®.

Quem viveu durante as décadas de 80 e 90, conviveu com um “fenômeno” chamado inflação. Mas, o que é exatamente isto? Inflação é um aumento de preços fora do comum ou de forma descoordenada, fazendo com que o seu dinheiro perca poder de compra.

O IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) é o índice oficial que mede a inflação ou a variação dos preços de diversos produtos para o consumidor final. É medido pelo IBGE mensalmente e a gama de produtos pesquisados é variada, como alimentação, transporte, educação, vestuário e outros. Cada um destes setores possui um peso (um percentual) no índice. O IPCA é apenas um dos índices que medem a inflação.

Mas como a inflação acontece? Bem, poderíamos dizer que, basicamente, a lei de oferta e procura é imperativa para que a inflação ocorra. Porém, as vertentes de motivos em cada setor são diversas.

Semana passada, a elevação do preço do arroz foi destaque. Vamos entender, então, a inflação observando exatamente o motivo que levou à alta. Antes da pandemia, o preço do arroz era, em média, R$ 8,00. Hoje, encontramos o produto com preços variados, chegando inclusive a R$ 40,00.  A mudança de hábito que veio junto com a pandemia – como o fato de ficarmos mais em casa, cozinhar mais, e até um aumento de consumo de alimentos – contribuiu para que o preço sofresse esta elevação. Pois quando mais se consome, maior é a demanda, e como a oferta em si não aumentou, ou até mesmo diminuiu, o preço sobe.

O dólar foi outro motivo que influenciou a alta do arroz. De acordo com Mauro Rochlin, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o grande vilão é o dólar. “A questão do câmbio é fundamental”, ele afirma. Quando a moeda americana sobe, a exportação fica muito mais interessante do que vender os produtos internamente. Então, com grande parte sendo exportada, diminui ainda mais a circulação interna do produto. Em paralelo, o próprio vendedor tenta de alguma forma “compensar” o preço por não estar exportando e aumenta o preço interno também, tentando assim ter a mesma rentabilidade.

Mas, então, enquanto o dólar não cair o preço não diminui? Não exatamente, pois historicamente o preço deste produto é maior no segundo semestre por questão de entressafra. Logo, em médio prazo a tendência é de queda. Como os ganhos desse setor foram muito bons, o investimento em mais produção irá aumentar e, aumentando a produção, aumenta a oferta.

O governo também tomou medidas, liberando a importação de 400 mil toneladas do produto isento de imposto – o que vai aumentar o produto em circulação e a concorrência.

Espero ter ajudado a entender um pouco mais sobre a inflação e por que o preço do arroz subiu tanto! Mande suas dúvidas no e-mail: faleconosco@uniprimebr.com.br

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