Educação Financeira

#104 – A Selic subiu, o que muda na minha vida financeira?

10 de maio de 2021

Por Rodrigo Martimiano da Rocha, profissional com Certificação CFP®.

Na última semana, o COPOM (Comitê de Política Monetária) divulgou o aumento da SELIC, gerando questionamentos em muitos brasileiros sobre como taxa impacta na nossa vida financeira.

Primeiro, é importante relembra os conceitos do que é o COPOM e o que é a taxa Selic. O COPOM é um órgão colegiado formado por 8 (oito) diretores do Banco Central, que se reúnem a cada 45 dias para analisar a macroeconomia, os cenários econômicos internos e externos e a inflação medida pelo IPCA (Preços ao Consumidor Amplo), tudo para basear a decisão de quanto deve ser a taxa SELIC naquele período, sempre com a intenção de que a inflação permaneça alinhada com o que foi definido como meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A taxa SELIC é a taxa média cobrada em negociações feita em títulos do tesouro nacional, tornando- se referência para todos os demais juros da economia.

O primeiro impacto que podemos sentir nas nossas vidas é o custo deste aumento de taxa para as contas públicas. Ou seja, o aumento anunciado de 0,75% a.a. gera um aumento estimado de aproximadamente R$ 25 Bilhões na dívida pública, um dinheiro que poderia ser investidos em outros setores como saúde, educação, infraestrutura, e que agora será gasto com pagamento de juros.

Mas esse aumento de taxa também torna o país mais atrativo para investidores vindo do exterior, entre eles governos, empresas e pessoas estrangeiras que compram títulos públicos do governo brasileiro. Este fato pode gerar um aumento na capacidade de investimento do governo e, também, pode ocasionar uma queda na cotação do dólar, o que barateia produtos importados para o consumo interno (o preço daquele bom vinho internacional fica menor, só para citarmos um exemplo).

No âmbito do crédito, fica mais caro para Pessoas Físicas e Jurídicas terem acesso a empréstimos, diminuindo capacidade de compras por meio de financiamentos. Esta medida faz com que as pessoas que precisam vender não subam preços ou, até mesmo, gerem desconto nos seus produtos, segurando a inflação.

Para quem é investidor, as taxas pagas nas aplicações financeiras de renda fixa aumentam a remuneração paga, ou seja, este aumento de 0,75% representa aproximadamente 27% a mais de renda. Desta forma, ficam mais atrativas produtos como RDC, LCI, Poupança, entre outros, fazendo com que várias pessoas optem por deixar dinheiro aplicado ao invés de gastar seus recursos, gerando queda de consumo e segurando a inflação.

Espero que as informações tenham ajudado no entendimento sobre como e por que a SELIC afeta nosso dia a dia. Se ainda ficar com dúvidas, não deixe de nos escrever em: contato@uniprimebr.com.br

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