Educação Financeira

#314 – Dinheiro também é coisa de criança

14 de outubro de 2025

Por Rodrigo Martimiano, profissional com certificação CFP®

Outubro é um mês especial por dois motivos que, quando conectados, se transformam em uma grande oportunidade. Entre os dias 6 e 12, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coordenou no Brasil a Semana Mundial do Investidor, iniciativa global de conscientização sobre finanças. No mesmo período, comemoramos o Dia das Crianças – e unir esses dois temas é um passo essencial para formar uma geração mais consciente e preparada financeiramente.

Falar sobre educação financeira desde a infância é fundamental para construir uma sociedade mais responsável economicamente e melhorar a relação das pessoas com o dinheiro. O primeiro passo é simples: conversar sobre finanças de forma natural, adaptando a linguagem à idade da criança.

Conceitos como consumo consciente, planejamento e realização de sonhos podem (e devem) ser introduzidos desde cedo.

Mas atenção: a forma de falar faz toda a diferença. Evite frases como “não vou comprar porque não tenho dinheiro”. Isso pode levar a criança a associar o consumo apenas à disponibilidade financeira. Prefira explicar que o dinheiro deve ser economizado para alcançar objetivos maiores no futuro, como uma viagem, um curso ou um sonho especial.

Outra prática positiva é estimular o desapego e a solidariedade. Negocie, por exemplo, que para ganhar um novo brinquedo, ela doe outro que não usa mais. Assim, a criança aprende o valor de compartilhar e evita o comportamento acumulador.

Também vale transformar o presente em aprendizado: em vez de comprar algo, entregue o valor correspondente em dinheiro e oriente a criança a decidir o que fazer com ele. Essa é uma forma prática de ensinar sobre escolhas, escassez e custo de oportunidade, conceitos fundamentais para o futuro financeiro.

Livros infantis sobre finanças são outra excelente ferramenta. Há títulos no mercado que explicam de forma lúdica e criativa temas como poupança, consumo e planejamento. E, para dar um passo adiante, que tal abrir uma conta de investimento no nome da criança? Isso permite que ela acompanhe seus rendimentos, entenda como o dinheiro pode crescer com o tempo e desenvolva o hábito de poupar.

Mais do que falar de dinheiro, é sobre ensinar valores, escolhas e responsabilidade. Como dizia Maria Montessori – educadora, médica e pedagoga italiana: “Liberte o potencial da criança e você transformará o mundo.”

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