12 de abril de 2023
EDIÇÃO Nº 53 - ABRIL/2023
O comportamento financeiro e a forma como lidamos com o dinheiro na vida adulta tem muita relação com as experiências vivenciadas na infância. Como as crianças aprendem de forma literal, tudo o que os pais falam fica gravado no subconsciente e pode ajudar ou dificultar a relação com sonhos e objetivos de vida.
Para que possamos construir positividade em relação ao comportamento com as finanças desde a infância, algumas dicas são relevantes. Rodrigo Rocha, profissional com certificação CFP (Certified Financial Planner) da Sisprime do Brasil, ressalta três frases que devemos tomar cuidado ao pronunciá-las com as crianças e adolescentes:
Tenho que trabalhar para pagar as contas! “Isso transmite uma ideia de que o trabalho é apenas um sacrifício e um fim para ganharmos dinheiro, e a criança pode criar a falsa imagem que a culpa pelo pai e mãe não estarem presentes em casa é o dinheiro e as contas”, destaca Rodrigo. Ao invés disso, a dica é transmitir para os filhos a ideia de propósito do trabalho e os sonhos de construir uma carreira e conquistar objetivos.
Não tenho dinheiro para comprar isso! “Essa frase também pode transmitir uma informação distorcida para a criança, onde ela acredita que a única coisa que a impede de ter o que se quer é a falta de dinheiro. E assim que o dinheiro chega, pode ser gasto com o que se deseja!”, salienta. Nesse caso, de acordo com Rodrigo, é importante informar sobre o consumo consciente, a necessidade real de se ter aquele bem ou serviço, e a importância de se fazer escolhas e poupar dinheiro para objetivos futuros, oportunidades e emergências.
Não gaste todo seu dinheiro ou vai ficar sem depois! “O medo ou ameaça nem sempre é o melhor conselheiro para ensinar algo a uma criança”, sustenta Rodrigo. Ao invés desta frase, segundo ele, a opção é mostrar a importância de poupar para o futuro. “A dica prática é abrir uma conta poupança para a criança e ensiná-la como funciona os benefícios de se receber juros ao longo do tempo!”.
Rodrigo também ressalta a relação mais profunda que a educação financeira tem na vida de cada um. “O tema não se relaciona apenas com aplicações, poupança e investimentos. Está também relacionado ao orçamento familiar, consumo consciente, sustentabilidade, administração e até mesmo psicologia. Por isso é importante que, desde pequenos, tenhamos bons exemplos para que na vida adulta possamos fazer boas escolhas”, concluiu.